Hoje decidi me rebelar. Um blog não sobrevive só de originalidade e textos inéditos. Lingüiça não vive só de carne, sabugo de milho moído não faz mal à saúde e também enche buraco! Decidi preencher espaço com poesias. Não entrem em pânico, prometo não usar nada da Doris Giesse – ainda não estou demente. Como prefiro fazer prosa, vou usar poesias de outros criteriosamente selecionadas segundo os seguintes critérios:
Serem significativas, mesmo que não signifiquem nada.
NÃO passarem mensagens positivas do tipo “os esforçados sempre conseguem tudo”.
Não falarem só de amor.
Não terem conteúdo patriótico – de nenhum país.
Quando forem irreverentes e debochados, não usarem palavrões o tempo todo para expressar isso (mas que #@$%$!).
Um dos poetas que preenche esses requisitos é Augusto dos Anjos. Vamos começar com uma ótima poesia para se ler antes das refeições – À Mesa.
À Mesa
Cedo à sofregidão do estômago. É a hora de comer. Coisa hedionda! Corro. E agora, Antegozando a ensangüentada presa, Rodeado pelas moscas repugnantes, Para comer meus próprios semelhantes
Eis – me sentado à mesa!
Como porções de carne morta... Ai! Como Os que, como eu, têm carne, com este assomo Que a espécie humana em comer carne tem!... Como! E pois que a Razão me não reprime, Possa a terra vingar-se do meu crime
Comendo – me também.
Augusto dos Anjos
Como é que os vegetarianos e defensores dos direitos dos animais nunca usaram isso em uma campanha? só pode ser falta de leitura.
"AQUELE CUJO ÚNICO MEDICAMENTO É O SEU ALIMENTO CORRE O RISCO DE ACABAR NO CEMITÉRIO"
Richi Nean
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