quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ASSASSINATO E SEXO PAGO

Anteontem a notícia principal que assustou todo mundo foi: "Estudante morre baleada no rosto em semáforo na Grande São Paulo". Hoje, tivemos:"Médico é morto com tiro na cabeça na Vila Clementino, em São Paulo". Isso me lembrou a notícia, também de anteontem: "Dono da boate Bahamas é preso em flat em São Paulo". A justiça há anos persegue o empresário Oscar Maroni Filho por "favorecimento e exploração da prostituição". O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, até ameaçou demolir um prédio do empresário alegando que ele estava no caminhos dos aviões de Congonhas e poderia ser responsável por outra tragédia semelhante à do vôo 3054 do avião da TAM. Aparentemente, ele não obriga ninguém a se prostituir, apenas elas pagam uma taxa para usar o local.
A questão é: por que a justiça está sendo tão eficiente para reprimir um dono de bordel mas não usa nem um décimo dessa energia para reprimir o homicídio? A prostituição, desde que não seja efetivada contra a vontade dos que prestam o serviço, ou seja, desde que não seja escravidão, não causa nenhum prejuízo à sociedade. Pelo contrário, como mostram países onde ela é legal, tal como a Holanda, ela é muito benéfica para a economia e incentiva o turismo. Moralismo ilógico e/ou religiosidade irracional são as únicas explicações para se consumir recursos do estado combatendo uma atividade que não causa dano a ninguém. Não há justificativa para em um país cheio de assassinos que matam pelas esquinas polícia, advogados, promotores e juízes sejam mobilizados para prender e processar indivíduos que simplesmente administram a prestação de sexo pago.
Gostaria de perguntar ao prefeito Guilberto Kassab e também ao subprefeito da Vila Mariana (zona sul de SP), Fábio Lepique ( que estava tão ansioso para cassar o alvará de funcionamento da boate Bahamas que se adiantou ao Diário Oficial e publicou em seu blog a notícia): Por que é tão mais importante reprimir o gerenciamento da prostituição que o assassinato? O sexo pago nenhum dano causa a ninguém. O assassinato causa um dano infinito, já que extingue a vida. Não perceber a diferença colossal entre essas duas coisas indica uma falta absurda de bom senso que é totalmente incompatível com um cargo público. Está na hora de substituir a moralidade por racionalidade.

"MORAL É AQUILO EM QUE AS PESSOAS FINGEM ACREDITAR. ÉTICA É AQUILO QUE ELAS FINGEM PRATICAR".


Richi Nean

5 comentários:

Anônimo disse...

Problemas e mais problemas.

Não acho que deve dar-se preferência pra tipos de problemas assim, até porque prostituição pode também vir a causar mortes.

Os problemas devem ser resolvidos.

ex-amnésico disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ex-amnésico disse...

No caso do "honrado empresário" Maroni, não se trata de prostituição, mas lenocínio, que é crime sim, confira no endereço: http://www.dji.com.br/codigos/1940_dl_002848_cp/cp227a232.htm

O hélder está certo, não se combate o crime dando preferência a um tipo de delito sobre outro. Assassínios e latrocínios não são facilmente previsíveis, o que dificulta sua prevenção; só por isso o crime e a contravenção localizados devem ser deixados de lado?
E isso é uma questão de planejamento de gestão pública. O problema moral e ético está em se acreditar que há crimes "benevolentes e socialmente úteis".

E tenha paciência! Estamos no séc. XXI, já chega de considerar as mulheres como meros objetos de cama & mesa!

vera maya disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
vera maya disse...

Caro Menino do Olho,
Voce está se superando!!
Depois da revelação do pênis do Pernalonga, essa defesa do Oscar Maroni Filho deixam isso muito evidente...
Nem sei como vivi até agora sem conhecer o pênis do Pernalonga, mas sei bem como vou viver de agora em diante num país que tem coragem de botar um lixo humano desses na cadeia...
Saudações do Brasil...

 
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