quinta-feira, 21 de junho de 2007

BASTA DE OVERORIGINALIDADE

Hoje decidi me rebelar. Um blog não sobrevive só de originalidade e textos inéditos. Lingüiça não vive só de carne, sabugo de milho moído não faz mal à saúde e também enche buraco! Decidi preencher espaço com poesias. Não entrem em pânico, prometo não usar nada da Doris Giesse – ainda não estou demente. Como prefiro fazer prosa, vou usar poesias de outros criteriosamente selecionadas segundo os seguintes critérios:

Serem significativas, mesmo que não signifiquem nada.

NÃO passarem mensagens positivas do tipo “os esforçados sempre conseguem tudo”.

Não falarem só de amor.

Não terem conteúdo patriótico – de nenhum país.

Quando forem irreverentes e debochados, não usarem palavrões o tempo todo para expressar isso (mas que #@$%$!).

Um dos poetas que preenche esses requisitos é Augusto dos Anjos. Vamos começar com uma ótima poesia para se ler antes das refeições – À Mesa.

À Mesa

Cedo à sofregidão do estômago. É a hora de comer. Coisa hedionda! Corro. E agora, Antegozando a ensangüentada presa, Rodeado pelas moscas repugnantes, Para comer meus próprios semelhantes
Eis – me sentado à mesa!

Como porções de carne morta... Ai! Como Os que, como eu, têm carne, com este assomo Que a espécie humana em comer carne tem!... Como! E pois que a Razão me não reprime, Possa a terra vingar-se do meu crime
Comendo – me também.

Augusto dos Anjos

Como é que os vegetarianos e defensores dos direitos dos animais nunca usaram isso em uma campanha? só pode ser falta de leitura.

"AQUELE CUJO ÚNICO MEDICAMENTO É O SEU ALIMENTO CORRE O RISCO DE ACABAR NO CEMITÉRIO"

Richi Nean

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